segunda-feira, 26 de outubro de 2015

426 – Bob Dylan – Gates of Eden (1965)

Escrita por Bob Dylan, foi gravada em 15 de janeiro de 1965 e lançada no quinto disco de estúdios dele chamado Bringing it all back home em 22 de março de 1965. Depois foi lançada em compacto como Lado B de Like a rolling stone, em 20 de julho de 1965.

Bob Dylan gravou a canção somente acompanhado pelo seu violão e gaita. É uma das canções de Dylan mais surreais. A poesia abstrata parte de um visão de pesadelo. Cada verso é uma descrição de uma sociedade em decomposição.

Apesar do título da canção sugerir uma esperança de paraíso, não existe paraíso nesse lugar que a canção descreve. Ao invés disso, o imaginário descreve corrupção e decadencia. A frase final de cada verso é seguida por uma nota de gaita que enfatiza que esse Eden não pode ser alcançado.

A fé cega que a vida pós a morte é de perdão é uma mentira, pois cria complacencia nessa vida daqui. É o que fala a música. No primeiro verso, um ajo cowboy montado em nuvens procura o sol usando uma vela de cera preta. No segundo verso, o choro de bebês que procuram silencio no paraíso é abafado pelos objetos metalicos de uma cidade industrializada. No terceiro verso, um soldado selvagem coloca a cabeça na areia como um avestruz e espera juntamente com um caçador surdo pelo mítico barco que leva ao paraíso.

No quarto verso, Aladim e sua lampada mágica e macacos montam no pordo dourado que promete o paraíso e ouvintes apenas riem dessa promessa quando eles de fato chegam no paraíso. O quinto verso descreve marxistas filosofando e esperando por reis para sucederem uns aos outros, enquanto o público ignora-os, pois sabem que eles não são reis no paraíso.

No verso seis, um motociclista atormenta um homem de negocios baixinho, enquanto um urubu fica obervando. Ambos estao preocupados com o pecado, mas não há pecados na morte no paraíso. O verso sete conta que os reinos da experiencia eventualmente apodrecem, pessoas pobres brigam entre si pelas suas parcas posses e a nobreza fica apenas balbuciando a respeito, mas nada disso importa no paraíso.

No oitavo verso, as pessosa tentam mudar os destinos delas, mas tudo isso é fútil quando eles chegam no paraíso. No verso final, a amante do narrador conta a ele dos sonhos dela, mas ele percebe que o seu sonho de morte é o único verdadeiro.

Foi regravada por Julie Felix em 1967, Arlo Guthrie em 1973, Ralph McTell, Bryan Ferry, Michel Montecrossa, e uma versão de Dylan e Neil Young em 1992, entre outros artistas.

A letra:

Of war and peace the truth just twists
Its curfew gull it glides
Upon four-legged forest clouds
The cowboy angel rides
With his candle lit into the sun
Though its glow is waxed in black
All except when 'neath the trees of Eden.

The lamppost stands with folded arms
Its iron claws attached
To curbs 'neath holes where babies wail
Though it shadows metal badge
All and all can only fall
With a crashing but meaningless blow
No sound ever comes from the Gates of Eden.

The savage soldiers sticks his head in sand
And then complains
Unto the shoeless hunter who's gone deaf
But still remains
Upon the beach where hound dogs bay
At ships with tattooed sails
Heading for the Gates of Eden.

With a time-rusted compass blade
Aladdin and his lamp
Sits with Utopian hermit monks
Side saddle on the Golden Calf
And on their promises of paradise
You will not hear a laugh
All except inside the Gates of Eden.

Relationships of ownership
They whisper in the wings
To those condemned to act accordingly
And wait for succeeding kings
And I will try to harmonize with songs
The lonesome sparrow sings
There are no kings inside the Gates of Eden.

The motorcycle black Madonna
Two-wheeled gypsy queen
And her silver-studded phantom cause
The gray flannel dwarf to scream
As he weeps to wicked birds of prey
Who pick up on his bread crumb sins
And there are no sins inside the Gates of Eden.

The kingdoms of Experience
In the precious winds they rot
While paupers change possessions
Each one wishing for what the other has got
And the princess and the prince
Discuss what's real and what is not
It doesn't matter inside the Gates of Eden.

The foreign sun, it squints upon
A bed that is never mine
As friends and other strangers
From their fates try to resign
Leaving men wholly totally free
To do anything they wish to do but die
And there are no trials inside the Gates of Eden.

At dawn my lover comes to me
And tells me of her dreams
With no attempts to shovel the glimpse
Into the ditch of what each one means
At times I think there are no words
But these to tell what's true
And there are no truths outside the Gates of Eden.

A versão de Julie Felix:


A versão de Arlo Guthrie:


A versão de Bryan Ferry:

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