quinta-feira, 3 de novembro de 2011

106 – Wilbert Harrison – Kansas City (1959)


Mais uma vez temos uma composição de Leiber e Stoller que virou clássico. Esses dois caras eram foda mesmo. Kansas City é um rhythm and blues escrito pelos dois em 1952 e gravado por Little Willie Littlefield também em 1952, mas só se tornou um hit numero 1 quando foi gravada por Wilbert Harrison em 1959 e é justamente a vez que ela entra na nossa lista.

Kansas City se tornou a composição de Leiber e Stoller que teve mais versões, chegando ao incrível número de mais de 300 regravações, e muitas delas aparecendo nos charts de rhythm and blues e pop.A gravação de Wilbert Harrison foi feita em Março de 1959, em New York City, tendo Bobby Robinson como produtor e foi lançada em Abril de 1959 pela Fury Records e tendo Listen, my darling como lado B.

Quando a dupla compôs a canção, tinham 19 anos de idade e eram fãs de rhythm and blues e moravam em Los Angeles. Tinham tido sucesso com uma música chamada Hard times, que havia chegado ao número 7 dos charts de rhythm and blues na voz de Charles Brown. Nunca tinham ido a Kansas City, mas se inspiraram nos álbuns de Big Joe Turner.

Através de um contato com o produtor Ralph Bass, ele escreveram Kansas City pra Little Willie Littlefield. Ali teve um dissentimento entre os compositores acerca da melodia da canção. Leiber, que escreveu a letra, queria que fosse um blues tradicional, enquanto que Stoller queria uma linha de voz mais distinta. Stoller ganhou, dizendo que ele não se metia na letra e não queria Leiber se metendo na música.

Eles ensinaram a canção pra Littlefield na casa de Maxwell Davis. Maxwell esse que fez os arranjos e tocou o sax tenor na canção. Littlefield gravou a canção em Los Angeles em 1952, na Federal Records, uma subsidiária da King Records. Ralph Bass mudou o título da canção pra K.C. Loving, pra parecer mais moderno do que Kansas City. Essa gravação teve algum sucesso em algumas partes dos Estados Unidos, mas não chegou aos charts nacionais.

Então em 1959, depois de vários anos tocando K.C. Loving de Littlefield, Wilbert Harrison decidiu gravar a canção. Em marco de 1959, Harrison e um trio com Wild Jimmy Spruill entraram num estúdio em New York City pra trabalhar com o produtor Bobby Robinson na Fury Records.

Apesar dos arranjos serem poucos diferentes dos arranjos de Littlefield, a versão de Harrison encontrou um sólido Shuffle Groove que se tornou inesquecível, aliado a uma guitarra solo e rítmica de Spruill. A canção foi lançada com o nome original de Leiber e Stoller, Kansas City, mas mudou o refrão pra “They got some crazy little women there, and I’m gonna get me one” e retirou uma seção de 12 bar. 

Logo após a versão de Harrison, muitas outras versões surgiram. A seção da revista Billboard chamada de pick of the week pra 30 de Março de 1959 listou 5 releases diferentes pra Kansas City. Alem da versão de Harrison, tinham também a versão de Hank Ballard and The Midnighters, a versão de Rocky Olson, a versão de Rockin’ Ronald and The Rebels, e um relançamento da versão de Littlefield.

Uma semana depois, a Billboard anunciou o release de uma versão gravada por nada menos do que Little Richard, que era um medley de Kansas City com algumas partes da letra modificadas e junta com Hey, Hey, Hey, Hey, uma canção de Little Richard gravada anteriormente.

Apesar das versões de Ballard e de Richard aparecerem nas partes de baixo dos charts da Billboard, a versão de Harrison foi um hit tremendo, chegando ao numero 1 dos charts de rhythm and blues e pop, onde ficou por 7 semanas e chegou ao numero 1 de vendas do ano de 1959.

Em 1964, foi a vez dos Beatles fazerem a sua própria regravação de Kansas City. E eles fizeram do mesmo jeito da versão de Little Richard, um medley junto com Hey hey hey hey. Gravaram em 18 de Outubro de 1964, tendo George Martin como produtor e lançaram em 4 de Dezembro de 1964, no álbum Beatles for sale, pelo selo Parlophone.

Eles gravaram assim pois ficaram acostumados a tocar a versão de Richard desde o tempo em que viviam na Alemanha. Também foi alterada um pouco da letra na versão dos Beatles. Uma versão ao vivo gravada em Hamburgo em 1962 foi lançada no disco Live! At the star club in Hamburg, Germany, 1962. Outra versão ao vivo aparece no álbum Live at the BBC e no filme Let it be. Também tocaram ao vivo no programa de televisão americano “Shindig!” em Outubro de 1964.

Entre tantos que regravaram a canção, estão Bill Haley and His Comets, Trini Lopez, Sammy Davis Jr., The Everly Brothers, James Brown e Muddy Waters.

Em 2001, a versão de Harrison recebeu um Grammy e está inclusa nas 500 canções que deram foram ao rock and roll, do rock and roll hall of fame museu. Em 2005, a cidade de Kansas City adotou Kansas City como musica oficial da cidade. No distrito de jazz da cidade, na 18th street com a Vine, tem um plaza chamado Goin’ to Kansas City Plaza.

Tudo isso porque devido as mudanças na cidade, a interseção entre a 12th street e a Vine mencionada na canção não existe mais. Mas colocaram um parque no formato de um grand piano e um caminho no formato de uma clave na antiga localização.

Quando o time Kansas City Royals vence no Kauffman Stadium, a versão dos Beatles é tocada no sistema de som do estádio. A de Harrison de tocada depois de cada partida em que o time perde.

A letra:

I'm going to Kansas City
Kansas City here I come
I'm going to Kansas City
Kansas City here I come
They got a crazy way of loving there
And I'm gonna get me some
I'll be standing on the corner
On the corner of Twelfth Street and Vine
I'm gonna be standing on the corner
On the corner of Twelfth Street and Vine
With my Kansas City baby
And a bottle of Kansas City wine
Well I might take a train
I might take a plane
But if I have to walk
I'm gonna get there just the same
I'm going to Kansas City
Kansas City here I come
They got a crazy way of loving there
And I'm gonna get me some
I'm gonna pack my clothes
Leave at the break of dawn
I'm gonna pack my clothes
Everybody will be sleeping
Nobody will know where I've gone
Cause if I stay in town
I know I'm gonna die
Gotta find a friendly city
And that's the reason why
I'm going to Kansas City
Kansas City here I come
They got a crazy way of loving there
And I'm gonna get me some

A gravação original de Harrison, de 1959, somente áudio:


Os Beatles em 1964 ao vivo no programa Shindig:

Agora Paul McCartney com Phill Collins, Dire Straits, Eric Clapton, Elton John, Carl Perkins e Sting:

domingo, 30 de outubro de 2011

105 – Barrett Strong – Money, that’s what I want (1959)

Money foi o primeiro hit da lendária gravadora negra Motown. Foi composta por Berry Gordy e Janie Bradford e lançada em Agosto de 1959, num compacto simples que teve Oh I Apologize como lado B.

Gwen Gordy e Anna Gordy, que eram irmãs de Berry Gordy e mais Billy “Roquel” Davis, eram donos da Anna Records. Ao mesmo tempo, Berry Gordy tinha lançado o selo Tamla, que viria a ser um predecessor da Motown. Tamla fez a licença da musica pra Anna em 1960, que foi distribuída nacionalmente pela Chess Records de Chicago, pra poderem atender a demanda de discos.

Em Junho de 1960, a musica se tornou o primeiro hit da Motown, chegando ao numero 2 dos charts de rhythm and blues e ao numero 23 dos charts pop. A cancao é listada como sendo a numero 288 do ranking das 500 maiores cancoes de todos os tempos da revista Rolling Stone.

Uma das melhores versões da musica foi feita pelos Beatles, apesar da versão feita pelos Kingsmen ter chegado ao numero 16 dos charts pop americano. a versão dos Beatles foi lançada no álbum With the Beatles, de 1963. Alem deles, artistas como B-52s, Bobby Freeman, Tragically Hip, The Who e Jimmy Hendrix também gravaram-a.

Bruno Mars fez uma versão em 2010 na Doo-Wops&Hooligans Tour. Buddy Guy gravou uma versão em 1968 no disco A Man and the blues. Diana Ross gravou em 1977 e The Doors em 1967. Dr. John em 1994 e Etta James em 1964. Everly Brothers em 1965 e Jerry Lee Lewis em 1961. John Belushi gravou-a em 1978 e John Lee Hooker em 1966. John Lennon em 1969 e Led Zeppelin em 1972. Little Richard em 1967 e Pearl Jam em 2005. Pretenders em 1984 e Rolling Stones em 1964. Roy Orbison em1970 os Searchers em 1963. Smashing Pumpkins em 2000, os Supremes em 1966 e Waylon Jennings em 1964.

Existe uma polémica acerca da musica. John Lee Hooker lançou uma musica em Junho de 1960 que possuía melodia diferente, mas letras iguais. E se chamava “I need some Money”. Ninguém sabe quem usou essa letra primeiro, mas eles decidiram isso amigavelmente, pois cada um recebe os créditos pra suas composicoes independentes.

No dia 18 de Julho de 1963, os Beatles entravam nos estúdios da Parlophone pra gravarem a versão deles de Money, que seria lançada em 22 de Novembro de 1963, no álbum With The Beatles, que teve evidentemente George Martin como produtor. A musica encerrava o álbum. A versão final ficou pronta em 7 takes. Uma serie de overdubs de piano foram acrescentadas por George Martin posteriormente.

Segundo George Harrison, eles ficaram conhecendo a musica na loja de discos de Brian Epstein, a NEMS, no começo dos anos 1960. Eles inclusive tocaram Money na famosa sessão para a Decca Records, em primeiro de Janeiro de 1962. Decca essa que não fez questão de mante-los. Também a gravaram seis vezes na rádio BBC e uma versão ao vivo, gravada num concerto em Estocolmo, Suecia, em Outubro de 1963, foi incluída no box set anthology 1.

A letra: 

The best things in life are free
But you can keep 'em for the birds and bees
Now give me money (that's what I want)
That's what I want (that's what I want)
That's what I want (that's what I want), yeah
That's what I want

Your lovin' gives me a thrill
But your lovin' don't pay my bills
Now give me money (that's what I want)
That's what I want (that's what I want)
That's what I want (that's what I want), yeah
That's what I want

Money don't get everything, it's true
What it don't get, I can't use
Now give me money (that's what I want)
That's what I want (that's what I want)
That's what I want (that's what I want), yeah
That's what I want

Money don't get everything, it's true
What it don't get, I can't use
Now give me money (that's what I want)
That's what I want (that's what I want)
That's what I want (that's what I want), yeah
That's what I want

Well, now give me money (that's what I want)
A lot of money (that's what I want)
Whoa, yeah, I wanna be free (that's what I want)
Whoa, a lot of money (that's what I want)
That's what I want (that's what I want), yeah
That's what I want

Well, now give me money (that's what I want)
A lot of money (that's what I want)
Whoa, yeah, you owe me money (that's what I want)
Oh, now give me money (that's what I want)
That's what I want (that's what I want), yeah
That's what I want.


Money, original de Barrett Strong, de 1959 (somente áudio): 





Agora a versão dos Beatles, de 1963 (também somente áudio): 





Por fim, a versão dos Kingsmen, ao vivo. Prestem atenção na guitarrinha deliciosa. 





sexta-feira, 14 de outubro de 2011

104 – The Coasters – Poison Ivy (1959)


Trata-se de mais um clássico de uma das maiores duplas de compositores do rock, Jerry Leiber e Mike Stoller. Foi gravada pelos Coasters em 16 de Julho de 1959 e lançada em Agosto de 1959. 

A cancao chegou ao numero 1 dos charts de rhythm and blues e chegou ao numero 7 dos charts populares americanos. Na verdade, essa foi o terceiro top-tem hit de Leiber and Stoller naquele ano. As outras duas foram Charlie Brown e Along Came Jones.

A cancao fala de uma menina chamada Ivy, e seu apelido Poison Ivy porque ela tinha uma reputacao não muito boa com os homens. Pra brincar, a cancao ainda faz referencias a outras flores como Rosa e Margarida (Rose and Daisy) e doenças como measles, mumps, chickenpox, common cold e whooping cough. Porem, depois, os autores revelaram que estavam falando de doenças sexualmente transmissíveis.

The Dave Clark Five gravou a musica em 1963. Os Rolling Stones gravaram uma versão e lançaram em 1964. The Hollies também fizeram sua versão da cancao. Linda McCartney gravou-a em 1987.

No Brasil, ela se transformou em "Erva venenosa". 

A letra: 

She comes on like a rose but everybody knows
She'll get you in Dutch
Now you can look but you better not touch

Poison iv-y-y-y-y, poison iv-y-y-y-y
Late at night while you're sleepin' poison ivy comes a'creepin'
Arou-ou-ou-ou-ou-ound

She's pretty as a daisy but look out man she's crazy
She'll really do you in
Now if you let her under your skin

Poison iv-y-y-y-y, poison iv-y-y-y-y
Late at night while you're sleepin' poison ivy comes a'creepin'
Arou-ou-ou-ou-ou-ound

Measles make you bumpy
And mumps'll make you lumpy
And chicken pox'll make you jump and twitch
A common cold'll fool ya
And whooping cough'll cool ya
But poison ivy, Lord'll make you itch!!

You're gonna need an ocean of calamine lotion
You'll be scratchin' like a hound
The minute you start to mess around

Poison iv-y-y-y-y, poison iv-y-y-y-y
Late at night while you're sleepin' poison ivy comes a'creepin'
Arou-ou-ou-ou-ou-ound

Measles make you bumpy
And mumps'll make you lumpy
And chicken pox'll make you jump and twitch
A common cold'll fool ya
And whooping cough'll cool ya
But poison ivy, Lord'll make you itch!!

You're gonna need an ocean of calamine lotion
You'll be scratchin' like a hound
The minute you start to mess around

Poison iv-y-y-y-y, poison iv-y-y-y-y
Late at night while you're sleepin' poison ivy comes a'creepin'
Arou-ou-ou-ou-ou-ound

la da la da la da
la da la da la da
la da la da la da
la da la da la da

Poison Ivy com The Coasters, original, somente o áudio:



 The Coasters ao vivo com Poison Ivy:


Rolling Stones, gravação de 1964, somente o áudio:


quarta-feira, 12 de outubro de 2011

103 – Paul Anka – Put your head on my shoulder (1959)


Mais um clássico de Paul Anka, escrita por ele e lançada num compacto simples em 1959. Chegou ao numero 2 dos charts pops americanos. 
 
Michael Bublé, que vem a ser um protegé de Paul Anka, gravou a  música em 2003.

A letra:

Put your head on my shoulder
Hold me in your arms, baby
Squeeze me oh so tight
Show me that you love me too

Put your lips next to mine, dear
Won't you kiss me once, baby
Just a kiss goodnight, may be
You and I will fall in love

People say that love's a game
A game you just can't win
If there's a way
I'll find it somebody
And then this fool with rush in

Put your head on my shoulder
Whisper in my ear, baby
Words I want to hear
Tell me, tell me that you love me too.

Put your head on my shoulder
Whisper in my ear, baby
Words I want to hear, baby
Put your head on my shoulder

Paul Anka original de 1959, somente áudio:



Paul Anka ao vivo em 2005:



Michael Bublé, na sua gravação de 2003, somente o áudio:

domingo, 2 de outubro de 2011

102 – Ray Charles – What I’d say? (1959)

Mais um clássico, What I’d say foi composta por Ray Charles. Gravada em 18 de Fevereiro de 1958 e lançada em Julho de 1959, pela Atlantic Records. Foi produzida pelo lendário Jerry Wexler, um dos sócios da Atlantic.  
 
Surgiu a partir de uma improvisação, em uma noite do fim de 1958, quando Ray e sua orquestra e cantoras de backing vocal haviam acabado todo o setlist em um show e ainda tinham mais tempo sobrando. Começou a repetir a musica em todos os shows e a galera gostava demais e Ray Charles ficou tão entusiasmado que resolveu grava-la.

Essa foi a primeira musica de Ray Charles a chegar nos charts pops, apesar de já ter tido muitos hits nos charts de rhythm and blues. E ao mesmo tempo, criava um estilo que era um estilo dentro do rhythm and blues, o chamado Soul Music. Em What I’d say, ele unia todos os elementos do Soul, elementos esses que ele vinha desenvolvendo desde a gravação de I got a Woman, de 1955.

A música mistura uma influência de Gospel com uma implícita conotação sexual, que fez a canção se tornar muito popular e ao mesmo tempo, bastante controversa, para os públicos branco e negro. Deu a Ray o seu primeiro disco de ouro e é uma das mais influenciadoras canções da historia do rhythm and blues e do rock and roll. Desde 1959 até o fim da sua carreira, Ray Charles sempre encerrou os seus shows com What I’d say. É a música número 10 do ranking da revista Rolling Stone das 500 maiores canções de todos os tempos.


Quando compôs a música, Ray Charles tinha 27 anos e 10 anos de experiencia no mundo da música, onde gravou primeiramente músicas de rhythm and blues para selos menores, num estilo parecido com Nat King Cole e Charles Brown. Então Ray assinou com a Atlantic em 1954, onde os produtores Ahmet Ertegun e Jerry Wexler incentivaram Ray a abrir mais o seu repertório.


Wexler lembraria mais tarde que o approach que deu certo com Charles era justamente deixar ele fazer o que ele queria no estúdio.  


Entre 1954 e 1960, Ray Charles fazia uma media de 300 shows por ano, com uma orquestra de 7 músicos. Ele contratou um trio também empregado da Atlantic chamado The Cookies e chamou-os de The Raelettes, e levou-os pra estrada.  

What I’d say foi uma exceção, porque ele nunca havia testado uma canção antes com o publico e nunca mais testou outra. O show em que ela foi tocada pela primeira vez a partir de uma improvisação foi em Brownsville, Pennsylvania. Como tinha tempo sobrando, Ray Charles avisou às Raelettes que iria brincar um pouco e que elas apenas o seguissem.


A música começa com o piano elétrico e Ray Charles então toca uma série de riffs, alternando-os para uma serie de piano normal, tendo o apoio de uma conga. A canção muda quando Ray começa a cantar os versos simples, improvisados e sem conexão. “Hey mama don’t you treat me wrong/Come and love your daddy all night long/All right now/Hey hey/All right”.

A estrutura da música possui elementos de gospel montada numa base de 12 bar blues. Algumas frases como “The girl with the red dress on/She can do the Birdland all night long” foram influenciadas por Clarence “Pinetop” Smith, oriundo do boogie-woogie, que usava essas frases pra falar com pessoas da plateia.

No meio da canção, Ray Charles pede pra as Raelettes repetirem o que ele estava fazendo, e a canção fica no estilo pergunta e resposta entre Charles, as Raelettes e parte de sopro da orquestra. A plateia ia ao delírio. E perguntavam onde podiam comprar o disco com aquela música. Charles que não é bobo, ligou pra Jerry Wexler e pediu pra grava-la.

E gravaram-na apenas em 4 takes, ao vivo com a banda, sem overdub. O estúdio da Atlantic que eles estavam era pequeno e o equipamento o mais moderno do mercado e o som ficou tão claro que dava pra ouvir Charles batendo na perna em alguns momentos pra marcar o tempo. Isso era em 1959, não se esqueça.

Ray Charles disse que não gostava de analisar as suas próprias canções, mas que se alguém não entendesse What I’d say, então algo estava muito errado com você. Ou então você não era acostumado com os doces sons do amor. 

Como ficou grande, foi lançado um compacto simples com What I’d say part 1 no lado A e What I’d say part 2 no lado B. distribuidores queriam o disco de todo jeito, mas as rádios não estavam querendo tocar.

Em Julho de 1959, a música chegou ao número 82 dos charts populares. Uma semana depois, chegou a 43 e então e 26. Poucas semanas depois, chegou ao numero 1 dos charts de rhythm and blues e numero 6 nos charts pop. Foi a música que mais vendeu na Atlantic Records em todos os tempos.  

A musica foi banida de varias rádios, brancas e negras, por causa da sugestão erótica das letras e por causa da mistura entre gospel e rhythm and blues do ritmo irritou principalmente os negros. Eles não queriam que a musica gospel chegasse aos brancos. Nos shows depois disso, quase todas as vezes haviam protestos dos negros e o pau cantava. 

A musica é sexy, boa pra dançar, era tocada em todas as festas e iniciou muitos romances. George Harrison disse que foi a uma festa em 1959 na Inglaterra que a musica tocou 8 horas seguidas. Ele achou que era a melhor musica já gravada até então. E passaram a tocar nos shows dos Beatles em Hamburgo.

John Lennon disse que tentou copiar a introdução da musica na guitarra e disse que a introdução de Charles em What I’d say foi a mãe de todas as introduções feitas com riffs de guitarra. Quando Mick Jagger tocou pela primeira vez com os caras que formariam os Rolling Stones, ele cantou What I’d say. A música foi o gatilho que fez com que Eric Burdon, Steve Winwood e Brian Wilson entrassem pro negocio da música. E claro, todos eles tocavam What I’d say nos shows deles.  

What I’d say foi a primeira canção de Soul da historia, que depois iria gerar ídolos como James Brown e Aretha Franklin. O publico esperava novos ídolos. Elvis Presley estava no exercito, Buddy Holly e Eddie Cochran haviam morrido, Chuck Berry estava na cadeia e Jerry Lee Lewis estava em desgraça e banido pela imprensa porque casou com uma prima de 13 anos de idade.

Assim, Ray Charles com sua música que era mistura de gospel e rhythm and blues, entrava nos trilhos abertos do rock and roll e arranjou um lugar por lá. Juntando o gospel (que era o domingo de manhã na igreja do fiel) e o rhythm and blues (do pecador do sábado à noite), Charles uniu o prazer físico com a iluminação divina, fazendo-os parecer a mesma coisa.

Foi regravada por inúmeros artistas, entre eles Elvis Presley no filme Viva Las Vegas, de 1964 e lançando um compacto simples no mesmo ano. Cliff Richard também gravou, assim como Eric Clapton com John Mayall and The Bluesbreakers. Eddie Cochran, Bobby Darin, Nancy Sinatra, Sammy Davis Jr. e Johnny Cash foram alguns artistas que regravaram esse enorme sucesso.

Jerry Lee Lewis chegou ao numero 30 nos charts populares em 1960 com a sua regravação de What I’d say.

Charles reclamou que depois que alguns artistas brancos gravaram a musica, algumas estacões de rádio que haviam banido a canção, passaram então a toca-la. Charles então pensou que o sexo entre os brancos era puro e entre os negros era algo sujo, na cabeça dos donos das rádios. Mas no final, o ban foi suspenso e passaram também a tocar a original, o que foi bom pra ele também.

Essa historia foi tema de um programa de TV, Saturday Night Live, em 1977. Uma banda branca gravou a musica no episodio e depois que Charles gravou, o produtor diz que a canção não ficou boa, numa clara alusão ao racismo que aconteceu na vida real.

Quando Charles toca a canção no show, é o fim. Não vai ter mais nem encore, nada. Ele se acaba. Em 2000, entrou como numero 43 das 100 maiores canções do rock and roll, da VH1 e numero 96 das 100 maiores musicas pra dançar, sendo a mais velha delas.

No mesmo ano, foi eleita pela Rádio Publica Nacional como uma das 100 mais influentes canções do século 20. A Livraria do Congresso adicionou What I’d say ao Registro Nacional em 2002. E o Rock and Roll Hall of Fame incluiu a canção como uma das 500 canções de deram forma ao rock and roll.

A letra:


Hey mama, don't you treat me wrong,
Come and love your daddy all night long.
All right now, hey-hey, all right.

See the girl with the diamond ring,
She knows how to shake that thing.
All right now, now, now, hey-hey, hey-hey.

Tell your mama, tell your pa,
I'm gonna send you back to Arkansas.
Oh, yes, ma'am. You don't do right,
Don't do right.

When you see me in misery,
Come on, baby, see about me.
Now, yeah-yeah, all right,
All right, aw, play it, boy.
Instrumental break featuring Ray on the piano.

When you see me in misery,
Come on, baby, see about me.
Now, yeah, hey-hey, all right.

See the girl with the red dress on,
She can do the Birdland all night long.
Yeah-yeah, what I say, all right.

Well, tell me what I say, yeah.
Tell me what I say, right now.
Tell me what I say.
Tell me what I say, right now.
Tell me what I say,
Tell me what I say, yeah.

And I wanna know,
Baby, I wanna know right now.
And a-I wanna know,
Bary, I wanna know right now, yeah.
And a-I wanna know,
Said, I wanna know, yeah.

Band members all speak at once.
Ray speaks:
What? What's that?
Hey, don't quit now! C'mon honey.
Naw, I got, I uh-uh-uh, I'm changing.
Stop! stop! we'll do it again.
Wait a minute, wait a minute.
Oh, hold it! Hold it! Hold it!
The above ad-lib changes from recording to recording.

Unh (Unh), oh (oh).
Unh (Unh), oh (oh).
Unh (Unh), oh (oh).

Wohhhhh! One more time.
(Just one more time.)
Say it a-one more time, right now.
(Just one more time.)
Say it a-one more time, now.
(Just one more time.)
Say it a-one more time, yeah.
(Just one more time.)
Say it a-one more time.
(Just one more time.)
Say it a-one more time, yeah.
(Just one more time.)

Unh (unh), hoh (oh).
Hunh (hunh), hoh (hoh).
Hunh (hunh), hoh (hoh).

Ahhh! Make me feel so good.
(Make me feel so good.)
Make me feel so good now, yeah.
(Make me feel so good.)
Woah! Baby.
(Make me feel so good.)
Make me feel so good, yeah.
(Make me feel so good.)
Make me feel so good.
(Make me feel so good.)
Make me feel so good, yeah.
(Make me feel so good.)

Unh (unh), hoh (oh).
Hunh (hunh), hoh (hoh).
Hunh (hunh), hoh (hoh).

Ohhhh! It's all right.
(Baby, it's all right.)
Said, a-it's all right, right now.
(Baby, it's all right.)
Said, a-it's all right.
(Baby, it's all right.)
Said, a-it's all right, yeah.
(Baby, it's all right.)
Said, a-it's all right.
(Baby, it's all right.)
Said, a-it's all right.
(Baby, it's all right.)

Woah! Shake that thing, now.
(Baby, shake that thing.)
Baby, shake that thing, now, now.
(Baby, shake that thing.)
Baby, shake that thing.
(Baby, shake that thing.)
Baby, shake that thing, right now.
(Baby, shake that thing.)
Baby, shake that thing.
(Baby, shake that thing.)
Baby, shake that thing.
(Baby, shake that thing.)

Woah! I feel all right, now, yeah.
(Make me feel all right.)
Said, I feel all right, now.
(Make me feel all right,)
Woooah!
(Make me feel all right,)
Tell you, I feel all right.
(Make me feel all right.)
Said, I feel all right.
(Make me feel all right.)
Baby, I feel all right.
(Make me feel all right.)

Ray Charles ao vivo em São Paulo, em 1963:


 
Ray Charles ao vivo em 2000, no Olympia:



Ray Charles ao vivo em Tokyo, Japão, em 1982:

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

101 – Chuck Berry – Memphis, Tennessee (1959)


Iniciamos o segundo lote de 100 canções que todos deverão conhecer pra entender de rock and roll. O primeiro lote tá bem fechadinho, então comecemos o segundo lote, que compreende o período entre 1959 até 1961, com esse clássico do rock chamado Memphis, Tennessee.

Composta por Chuck Berry, foi lançada pela Chess Records em 1959 e teve Back in the USA como lado B.

O que mais chama atenção na música é a parte vocal e por consequência, a letra. A história da letra descreve a conversa entre o cantor e um operador de interurbano. A letra tem duplo sentido e os verdadeiros personagens só são conhecidos com o desenrolar da música.

Quando a música começa, o cantor está pedindo pra o operador contactar uma pessoa que telefonou pra ele anteriormente. Não se sabe quem é essa pessoa, mas o seu tio é mencionado. No próximo verso, o cantor fala de uma garota chamada Marie, que ninguém sabe quem é ainda e qual a relacao com o cantor.

No terceiro verso, é revelado que o cantor é bem próximo dessa garota e que eles foram afastados porque a mãe dele não concorda com a aproximação deles. Aqui, o ouvinte é levado a acreditar que a garota é sua amante ou namorada e a mãe não quer o romance, por alguma razão. Quando se chega no próximo verso, o cantor explica que a ultima vez que encontrou com a garota, ela tinha algumas lágrimas na bochecha que caíram do olho dela.

Aí ele conta que Marie tem apenas 6 anos de idade e implora de novo ao operador pra encontra-la. Daí percebe-se que a Marie é filha dele e que a mãe dela é a sua ex-esposa.

Como a maioria dos clássicos, muitos artistas fizeram uma gravação da música, entre eles The Animals, Paul Anka, Beatles, The Dave Clark Five, Bo Diddley, Grateful Dead, Al Green, The Hollies, Jerry Lee Lewis, Roy Orbison, Buck Owens, Elvis Presley, Johnny Rivers, Rolling Stones, e Del Shannon.

Inclusive a versão de Johnny Rivers de 1964 chegou ao número 2 dos charts americanos.

A canção é oficial do Tigers, time da Universidade de Memphis.

A letra:

Long distance information, give me Memphis Tennessee
Help me find the party trying to get in touch with me
She could not leave her number, but I know who placed the call
'Cause my uncle took the message and he wrote it on the wall

Help me, information, get in touch with my Marie
She's the only one who'd phone me here from Memphis Tennessee
Her home is on the south side, high up on a ridge
Just a half a mile from the Mississippi Bridge

Help me, information, more than that I cannot add
Only that I miss her and all the fun we had
But we were pulled apart because her mom did not agree
And tore apart our happy home in Memphis Tennessee

Last time I saw Marie she's waving me good-bye
With hurry home drops on her cheek that trickled from her eye
Marie is only six years old, information please
Try to put me through to her in Memphis Tennessee

Chuck Berry ao vivo em Londres em 1972:



Agora Chuck Berry junto com John Lennon, tambem em 1972:



A gravação dos Beatles, lançada no Live at BBC (somente o áudio):

domingo, 18 de setembro de 2011

100 – Eddie Cochran - Twenty flight rock (1957)

Completando o primeiro lote das 100 primeiras canções que todo mundo deve conhecer pra entender de rock and roll, apresentamos Twenty Flight Rock, canção tão importante na história da música por várias razoes.

Composta por Eddie Cochran e Ned Fairchild e produzida por Simon Jackson, foi gravada em Agosto de 1957 no Gold Star Studios, e lançada pela Liberty poucas semanas depois. Cradle baby foi o lado B desse compacto simples e tiveram vendas modestas nos Estados Unidos, tendo mais sucesso na Europa e teve vendas fortes por um bom período de tempo. Apesar de ter sido gravada somente em 1957, Eddie Cochran tocou-a no filme The girl can’t help it, de 1956.

Na gravação, Eddie tocou guitarra e cantou, Perry Botkin tocou guitarra base, Connie “Guybo” Smith tocou baixo e o The Johhny Mann Chorus fez os backing vocals. A canção é um 12 bar blues e tem a mesma ideia de rock around the clock, de contar de até dez junto com o esquema da música.

A história conta que, Paul McCartney, então com 15 anos de idade, tocou Twenty flight rock quando foi fazer uma audição pra ver se entrava na banda de John Lennon, que se chamava The Quarrymen. Isso foi no dia 6 de Julho de 1957, em Liverpool, na Inglaterra. Lennon tinha 16 anos e ficou impressionado com a habilidade de Paul de tocar essa música na guitarra. O encontro se deu no hall da Igreja de St-Peter, antes de uma festa no mesmo local.

Com essa apresentação, Paul entrou no Quarrymen, a banda que iria evoluir até chegar à maior banda de todos os tempos, Os Beatles. Paul, por sua vez, acha que o que impressionou John não foi a guitarra, mas sim o fato de Paul saber de cor toda a letra.

Os Rolling Stones fizeram uma regravação de Twenty flight rock, que pode ser encontrada no álbum Still life, de 1982. Paul McCartney gravou-a no álbum Choba B CCCP, lançado em 1988 na União Soviética e em 1991 no resto do mundo. Também tocou-a ao vivo na sua turne mundial de 1989-1990 e na turnê Up Close de 1992, ele abria os shows com ela.

Conan O’Brien e Jack White fizeram um cover de Twenty flight rock em 8 de Novembro de 2010, no programa de Conan.

A letra:

Oh well, I've got a girl with a record machine
When it comes to rockin' she's the queen
We love to dance on a Saturday night
All alone, I can hold her tight
But she lives in a twentiest floor up town
The elevator's broken down

So I walked one, two flight, three flight, four
Five, six, seven flight, eight flight more
Up on the twelfth I started to drag
Fifteenth floor I'm ready to sag
Get to the top, I'm too tired to rock

When she calles me up on the telephone
Said c'mon over honey, I'm all alone
I said baby, you're mighty sweet
But I'm in the bed with a achin' feet
This went on for a couple of days
But I couldn't stay away

So I walked one, two flight, three flight, four
Five, six, seven flight, eight flight more
Up on the twelfth I'm ready to drag
Fifteenth floor I started to sag
Get to the top, I'm too tired to rock

Well, they sent to Chicago for repairs
'Till it's a-fixed I'm using the stairs
Hope they hurry up before it's too late
Want my baby too much to wait
All this climbin' is gettin' me down
They'll find my corpse draped over a rail

But I climbed one, two flight, three flight, four
Five, six, seven flight, eight flight more
Up on the twelfth I'm ready to drag
Fifteenth floor I started to sag
Get to the top, I'm too tired to rock

A gravação original de Eddie Cochran, de 1957, somente o áudio:



Paul McCartney ao vivo em 1992:



Rolling Stones ao vivo em 1981:

domingo, 11 de setembro de 2011

99 – Chuck Berry - School days (1957)

Essa é a segunda música da revisão. Composta por Chuck Berry, foi gravada em 21 de Janeiro de 1957, em Chicago, Illinois. Foi lançada em Março de 1957 pela Chess Records e foi produzidas pelos irmãos Leonard e Phil Chess.
 
O guitarrista que tocou com Berry na gravação foi Hubert Sumlin, que tocava com Howlin’ Wolf. No baixo estava Willie Dixon e na bateria, Fred Below.   

É uma das músicas mais conhecidas de Berry e um hino do rock and roll. Primeiramente foi lançada como um compacto simples, mas foi relançada no primeiro LP de Berry chamado After School Session. School days era a música principal de trabalho.

O ultimo verso da canção diz o seguinte: “Hail, hail rock and roll, deliver me from the days of old”. Hail, hail rock and roll se tornou o título de um documentário e um filme-concerto feitos em 1987 sobre Chuck Berry.
A música chegou ao número 3 dos charts de pop americanos e ao número 1 dos charts de rhythm and blues. Chegou também ao número 24 dos charts ingleses.

AC/DC gravou uma versão para o segundo álbum, chamado TNT, mas que foi lançada somente na Austrália. Somente em 1997 que foi lançada internacionalmente, no álbum chamado Volts, que faz parte do box set chamado Bonfire.

Os Beach Boys também gravaram uma versão em 1980, no álbum Keepin’ the summer alive, com Al Jardine nos vocais. Elvis Presley também gravou uma versão ao vivo em 1976 e está disponível do álbum A hot winter night in Dallas.

A letra:

Up in the mornin' and out to school
The teacher is teachin' the Golden Rule
American history and practical math
You study' em hard and hopin' to pass
Workin' your fingers right down to the bone
And the guy behind you won't leave you alone

Ring ring goes the bell
The cook in the lunchroom's ready to sell
You're lucky if you can find a seat
You're fortunate if you have time to eat
Back in the classroom open you books
Gee but the teacher don't know
How mean she looks

Soon as three o'clock rolls around
You finally lay your burden down
Close up your books, get out of your seat

Down the halls and into the street
Up to the corner and 'round the bend
Right to the juke joint you go in

Drop the coin right into the slot
You gotta hear something that's really hot

With the one you love you're makin' romance
All day long you been
Wantin' to dance
Feelin' the music from head to toe
'Round and 'round and 'round you go

Hail, hail rock'n'roll
Deliver me from the days of old
Long live rock'n'roll
The beat of the drum is loud and bold
Rock rock rock'n'roll
The feelin' is there body and soul

Comemorando o aniversario de 60 anos, Chuck Berry cantando School days, junto com Keith Richards, em 1986:



CHuck Berry ao vivo em Melbourne, Australia, em 1989:



Chuck Berry ao vivo em 2007, em New Jersey:

terça-feira, 6 de setembro de 2011

0077 – Bo Diddley – Bo Diddley (1955)


Escrita por Bo Diddley, foi gravada em 2 de março de 1955 e lançada em abril de 1955 no compacto que tinha I'm a man como Lado B. Foi gravada no Universal Recording Studio e lançada pela Chess Records, tendo Leonard Chess, Phil Chess e o próprio Bo Diddley como produtores. Tem nela a famosa batida de Bo Diddley. Chegou ao número 1 nos charts Billboard R&B. Em 2012 entrou no National Recording Registry, da Library of Congress, que é uma coleção de músicas americanas que tem importancia cultural, histórica ou estética. Foi regravada por Buddy Holly e Muddy Waters, entre outros artistas. É a canção de número 62 da lista da revista Rolling Stone das 500 greatest songs of all time. Também é parte das 500 songs that shaped rock and roll, do Rock and Roll Hall of Fame. Em 1998, a canção ganhou um Grammy Hall of Fame Award. Em 2017, entrou pro Blues Hall of Fame.


Bo Diddley bought his babe a diamond ring
If that diamond ring don't shine
He gonna take it to a private eye
If that private eye can't see
He'd better not take the ring from me


Bo Diddley caught a nanny goat
To make his pretty baby a Sunday coat
Bo Diddley caught a bear cat
To make his pretty baby a Sunday hat


Mojo come to my house, you black cat bone
Take my baby away from home
Ugly ole Mojo, where you been?
Up your house and gone again


Bo Diddley, Bo Diddley have you heard?
My pretty baby said she wasn't for it

Bo Diddley by Bo Diddley em 1955:



Bo Didley by Bo Diddley em 1989:




Bo Diddley by Bo Diddley com Robbie Robertson e Eric Clapton, em 2005, no show do Rock and Roll of Fame Museum:

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

0066 – Bird dog - The Everly Brothers (1958)

Escrita por Boudleaux Bryant, foi gravada em 10 de julho de 1958 e lançada em 28 de julho de 1958 no compacto que tinha Devoted to you como Lado A. Foi número 1 no Billboard Country. Número 1 no Billboard HOT100 e número 2 no Billboard R&B. Chegou também ao número no Canadá, Reino Unido e Austrália. Fala de um tal de Johnny que está tentando ser seu talarico. O apelido de bird dog é pra esse camarada.


Johnny is a joker (he's a bird)
A very funny joker (he's a bird)
But when he jokes my honey (he's a dog)
His jokin' ain't so funny (what a dog)
Johnny is a joker that's a-tryin' to steal my baby (he's a bird dog)


Johnny sings a love song (like a bird)
He sings the sweetest love song (you ever heard)
But when he sings to my gal (what a howl)
To me he's just a wolf dog (on the prowl)
Johnny wants to fly away and puppy-love my baby (he's a bird dog)


Hey, bird dog get away from my quail
Hey, bird dog you're on the wrong trail
Bird dog you better leave my lovey-dove alone

Hey, bird dog, get away from my chick
Hey, bird dog, you better get away quick
Bird dog you better find a chicken little of your own


Johnny kissed the teacher (he's a bird)
He tiptoed up to reach her (he's a bird)
Well he's the teachers pet now (he's a dog)
What he wants he can get now (what a dog)
He even made the teacher let him sit next to my baby (he's a bird dog)


Hey, bird dog get away from my quail
Hey, bird dog you're on the wrong trail
Bird dog you better leave my lovey-dove alone

Hey, bird dog get away from my chick
Hey, bird dog you better get away quick
Bird dog you better find a chicken little of your own
He's bird...


Segue The Everly Brothers na gravação original de Bird Dog, somente o áudio:





The Everly Brothers ao vivo em 1959 com Bird Dog:




Segue The Everly Brothers ao vivo com Bird Dog nos anos 1980:

terça-feira, 23 de agosto de 2011

96 – Buddy Holly – I’m gonna love you too (1958)

Esta canção foi escrita por Joe B. Mauldin, Niki Sullivan e Norman Petty. Lançada em Janeiro de 1958, pela Coral Records, teve Norman Petty como produtor.

Mauldin e Sullivan eram membros dos Crickets, banda de Buddy e Petty era o manager de Buddy Holly e também o engenheiro de som. A canção nunca chegou ao top 10 da Billboard.

Paul McCartney colocou-a no menu cronológico do seu DVD intitulado The McCartney Years.

A letra:

You're gonna say you'll miss me
You're gonna say you'll kiss me
Yes, you're gonna say you'll love me
Cause I'm gonna love you too

I don't care what you told me
You're gonna say you'll hold me
Yes, you're gonna say you'll love me
Cause I'm gonna love you too

After all, another fella took you
But I still can't overlook you
I'm gonna do my best to hook you
After all is said & done

You're gonna say you'll miss me
You're gonna say you'll kiss me
Yes, you're gonna say you'll love me
Cause I'm gonna love you too

It's gonna happen someday
You're gonna see things my way
Yes, you're gonna say you'll love me
Cause I'm gonna love you too

You're gonna tell me sweet things
You're gonna make my heart sing
Yes, you're gonna hear those bells ring
Cause I'm gonna love you too

A gravação original, somente o áudio:



Agora é a versão de Blondie:



Paul McCartney, somente o áudio:

sábado, 13 de agosto de 2011

95 – Elvis Presley – One night (1958)

Canção escrita Dave Bartholomew, Pearl King e Anita Steiman. Lançada em 21 de Outubro de 1958 pela RCA, era o lado A do compacto simples que “I got stung” no lado B. Foi gravada em 23 de Fevereiro de 1957.

A gravação chegou ao número 1 na Grã-Bretanha e numero 4 nos Estados Unidos. Foi lançada primeiro por Smiley Lewis. Elvis e a gravadora não queriam gravar por causa da letra e então ele alterou a letra da forma que achava mais compatível a carreira dele.

A letra:

One night with you
Is what I'm now praying for
The things that we two could plan
Would make my dreams come true

Just call my name
And I'll be right by your side
I want your sweet helping hand
My loves too strong to hide

Always lived, very quiet life
I ain't never did no wrong
Now I know that life without you
Has been too lonely too long

One night with you
Is what I'm now praying for
The things that we two could plan
Would make my dreams come true

Always lived, very quiet life
I ain't never did no wrong
Now I know that life without you
Has been too lonely too long

One night with you
Is what I'm now praying for
The things that we two could plan
Would make my dreams come true

A gravação original, somente o áudio:



Elvis ao vivo cantando One night no comeback special em 1968:



Elvis ao vivo em 1970:

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

94 – Buddy Holly – It’s so easy (1958)

Canção escrita por Buddy Holly e Norman Petty e gravada no Petty Studios emClovis, Novo México, em Agosto de 1958. Petty era o produtor e manager de Holly.

Foi uma das últimas músicas que Holly gravou com os Crickets. Nos últimos meses da vida dele, ele se mudou pra New York City e começou a gravar com técnicas mais elaboradas de produção, incluindo cordas.

Buddy Holly ficou conhecido por seus riffs de guitarras inovadores, mas ele não tocou a guitarra solo nessa música. Um guitarrista de estúdio chamado Tommy Allsop foi quem tocou. Allsop também tocou na banda de Holly na última turnê que este fez.

Linda Ronstadt teve um hit com essa música em 1977 e sua versão chegou ao número 5 dos charts americanos.

Em 28 de Outubro de 1957, Buddy Holly fez um programa de TV onde cantou em forma de playback essa canção e uma outra canção chamada “Heartbeat”, no show de tv “American Bandstand”. Foi a última apresentação de Holly em TV ao nível nacional antes da sua morte.

Paul McCartney regravou essa canção em 2011 pro disco tributo à Buddy Holly chamado “Rave On Buddy Holly”.

A letra:

“It`s so easy to fall in love.
It`s so easy to fall in love.
People tell me love`s for fools.
So, here I go, breaking all the rules.
It seems so easy,
oh so doggone easy,
it seems so easy.
Where you`re concerned, my heart has learned.
It`s so easy to fall in love.
It`s so easy to fall in love.
Look into your heart and see,
what your love book has set apart for me.
It seems so easy,
oh so doggone easy,
it seems so easy.
Where you`re concerned, my heart has learned.
It`s so easy to fall in love.
It`s so easy to fall in love."

Buddy Holly and The Crickets na gravação original, somente áudio:



Agora o grande John Forgety, ao vivo:



Buddy Holly naquele playback:

domingo, 7 de agosto de 2011

93 – Bobby Freeman – Do you wanna dance? (1958)

Trata-se de uma canção escrita por Bobby Freeman e gravada por ele em 1958. Possui também uma versão conhecida gravada pelos Beach Boys em 1965 e uma versão gravada por Bette Midler em 1972. Os Ramones também fizeram uma versão da música.

A versão dos Beach Boys foi lançada em 15 de Fevereiro de 1965 e gravada no dia 11 de Janeiro do mesmo ano, pela Capitol Records e teve Brian Wilson como produtor.

Chegou ao numero 12 dos charts americanos e foi a canção dos Beach Boys que tinha Dennis Wilson nos vocais que melhor rankeou nos charts. Alem dos Beach Boys e alguns músicos extras, Leon Russell toca órgão na gravação.

A versão de Bette Midler foi lançada em 1972 no álbum Te Divine Miss M. Ela diminuiu a velocidade e tornou-a uma balada. A versão dela chegou ao número 17 dos charts americanos já no começo de 1973.

Eddie Cochran também gravou a canção pouco tempo antes de morrer. Cliff Richard também gravou a canção em 1962 e chegou ao número 1 na Holanda e Austrália. Em 1964 foi a vez de Del Shannon. The Mamas and The Papas e Johnny Rivers gravaram-na em 1966.

John Lennon gravou-a no seu álbum Rock’n’roll de 1975. Os Ramones gravaram-na em 1977 no álbum Rocket to Rússia.

Nos anos 1980, Bruce Springsteen e Neil Young costumavam toca-la nos shows.

A letra:

Well, do ya wanna dance and-a hold my hand,
Tell me I'm your lover man?
Oh, baby, do ya wanna dance?

Well, do ya wanna dance and-a make romance,
Squeeze me all through the night?
Oh, baby, do you wanna dance?

Well, do you wanna dance under the moonlight,
Squeeze me all through the night?
Oh, baby, do you wanna dance?

Hey!

Well, do ya wanna dance and-a hold my hand,
Squeeze me and say I'm your man?
Oh, baby, do you wanna dance?

Well, do you wanna dance under the moonlight,
Squeeze and kiss me all through the night?
Oh, baby, do you wanna dance?

Well, do ya wanna dance and-a make romance,
Kiss and squeeze, umm, yes.
Do you....wanna dance?

Well, do ya wanna dance and-a hold my hand,
Squeeze, and tell me I'm your lover man?
Oh, baby, do you wanna dance?

Well, do ya wanna dance under the moonlight,
Squeeze and hug me all through the night?
Oh, baby, do you wanna dance?

Well, do-ya, do-ya, do-ya, do-ya, wanna dance?
Do-ya, do-ya, do-ya, do-ya, wanna dance?
Do-ya, do-ya, do-ya, do-ya, wanna dance?

O original de Bobby Freeman, de 1958, somente o áudio:



The Beach Boys ao vivo em 1965:



Agora The Mamas and The Papas, somente o áudio:

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

92 – Ritchie Valens – Oh, Donna! (1958)

Donna foi composta por Ritchie Valens e gravada e lançada em 1958 pela Del-Fi Records. Foi o lado A do compacto simples que tinha La Bamba como lado B. Chegou ao numero 2 dos charts americanos em 1959, se tornando a musica que atingiu o maior ponto nos charts na carreira de Valens.

Foi escrita em homenagem à namorada de High School dele, Donna Ludwig. Este compacto simples foi apenas um dos três lançados quando Ritchie Valens ainda estava vivo.

A cancao foi usada pra um comercial de televisão pra Visa. No comercial, um jovem rapaz estava tatuando a frase “I love Donna” no braço e sua namorada, Donna, assistia. No meio da sessão de tatuagem, o tatuador pede mais dinheiro, dizendo que só termina a tatuagem se o rapaz fizer um pagamento adicional.

O rapaz não tinha dinheiro e a tatuagem termina com a frase dizendo “I love Don”, e a namorada fica furiosa. O comercial queria dizer que se o rapaz tivesse um cartão Visa, isso não aconteceria e ele continuaria a ter uma namorada alegre. E a música então se torna “Oh, Don”, e o cara responde “Muito engraçado”. E sai andando.

A letra:

Oh, Donna, Oh, Donna
Oh, Donna, Oh, Donna
I had a girl
Donna was her name
Since she left me
I've never been the same
'Cause I love my girl
Donna, where can you be
Where can you be
Now that you're gone
I'm left all alone
All by myself
To wander and roam
'Cause I love my girl
Donna, where can you be
Where can you be
Well, darlin
Now that you're gone
I don't know what I'll do
All the time
And all my love for yo-ou-ou
I had a girl
Donna was her name
Since she left me
I've never been the same
'Cause I love my girl
Donna, where can you be
Where can you be
Oh, Donna, Oh, Donna
Oh, Donna, Oh, Donna

Gravação original de Ritchie Valens, somente o áudio:



Agora Chris Montez, ao vivo, em 2003, no México:



Lou Diamond Phillips no filme La Bamba, sobre a vida de Ritchie Valens:

1941 – Leonard Cohen – The gypsy's wife (1979)

Escrita por Leonard Cohen, foi gravada entre abril e maio de 1979 e lançada em 27 de setembro de 1979, no disco Recent songs, o sexto d...