quarta-feira, 7 de maio de 2014

300 – Gino Paoli – Sapore di sale (1963)




Sapore de Sale é provavelmente a canção de maior sucesso de todo o repertório de Gino Paoli, gravado em 1963. Foi arranjada pelo famoso Ennio Morricone

Foi lançado um disco de mesmo nome e o álbum inteiro, de acordo com o autor Poali, foi inspirada em sua relação com a atriz Stefania Sandrelli

O compacto se tornou um sucesso, graças à sua participação no famoso festival italiano de verão chamado Cantagiro, que agradou ao público em demasia.

A letra:

Sapore di sale,
sapore di mare,
che hai sulla pelle,
che hai sulle labbra,
quando esci dall'acqua
e ti vieni as draiare
vicino a me
vicino a me.

Sapore di sale,
sapore di mare,
un gusto un po' amaro
di cose perdute,
di cose lasciate
lontano da noi
dove il mondo è diverso,
diverso da qui.

Qui tempo è dei giorni
che passano pigri
e lasciano in bocca
il gusto del sale.
Ti butti nell'acqua
e mi lasci a guardarti
e rimango da solo
nella sabbia e nel sole.

Poi torni vicino
e ti lasci cadere
così nella sabbia
e nelle mie braccia
e mentre ti bacio,
sapore di sale,
sapore di mare,
sapore di te.


A versao original de Gino Paoli de 1963:



A versao de Rita Pavone:



Gino Paoli ao vivo em 2009:

terça-feira, 6 de maio de 2014

299 – Bob Dylan – Honey, just allow me one more chance (1963)


Trata-se de uma canção gravada por Henry Thomas em 1928. No livro The formative Dylan: Transmission & Stylistic Influences, 1961-1963, Todd Harvey analisa como Dylan troucou os versos da versão de Thomas e adaptouu o refrao, utilizando a estrutura AAAC e as frases de 4-bar em um compasso 2/4. 
 
Harvey disse que o refrao de Thomas continuou constante por toda a canção na versao de Dylan. E que Dylan escreveu, na maior parte da canção, um novo texto numa frase de 4-bar com o quarto verso atuando como o refrao. 

Pra completar, Dylan aumentou o tempo e adicionou seu proprio violao como acompanhando e colocou solos de gaita, caracteristica dele, entre os versos.  

A letra:

Honey, just allow me one more chance
To get along with you
Honey, just allow me one more chance
Ah'll do anything with you
Well, I'm a-walkin' down the road
With my head in my hand
I'm lookin' for a woman
Needs a worried man
Just-a one kind favor I ask you
Allow me just-a one more chance.

Honey, just allow me one more chance
To ride your aeroplane
Honey, just allow me one more chance
To ride your passenger train
Well, I've been lookin' all over
For a gal like you
I can't find nobody
So you'll have to do
Just-a kind a favor I ask you
Allow me just-a one more chance.

Honey, just allow me one more chance
To get along with you
Honey, just allow me one more chance
Ah'll do anything with you
Well, lookin' for a woman
That ain't got no man
Is just lookin' for a needle
That is lost in the sand
Just-a one kind favor I ask you
Allow me just-a one more chance.

Larry Hoyt:


Pete Read:


A versao original de Henry Thomas, de 1928:

segunda-feira, 5 de maio de 2014

298 – The Beatles – It won’t be long (1963)


Escrita por John Lennon mas creditada à Lennon/McCartney, foi a canção que abriu o segundo disco dos Beatles, With the Beatles. Foi gravada em 30 de julho de 1963 e lançada em 22 de novembro de 1963. Foi tambem a primeira cancao gravada pra esse album. 

O refrao é uma brincadeira com as palavras “Be long” e “Belong”. A cancao tem marcas registradas do inicio dos Beatles, tais como perguntas e respostas com yeahs yeahs e scaling riffs de guitarras.

Tipicamente tambem dessa fase dos Beatles, a letra tem um fim dramatico, como em She loves you, que tinha sido gravada e estava pra se lançada, onde a música para, permitindo a John uma breve improvisacao voval antes da canção acabar num acorde major 7 nesse caso e major 6 em She loves you.

John Lennon disse que compos essa música no começo de um maior público para a música dos Beatles, e não somente dos jovens que os seguiam fervorosamente nos clubes de Liverpool.  John disse que depois que uns críticos colocaram que It won’t be long tinha cadencias eolicas que a classe média passou a escuta-los. E disse que ate aquele dia ele não sabia o que cadendia eolica queria dizer. Que pareciam passaros exoticos. John se enganou, pois na verdade, os criticos disseram isso sobre Not a second time e John se confundiu na hora da entrevista. 

Bob Dylan disse que esses acordes dessa música eram excelentes, fora do comum. 

Os Beatles nunca tocaram essa canção ao vivo ou em nenhum show da BBC, apenas fizeram um playback no programa Ready Steady Go, em março de 1964. John fez os vocais principais double tracked e tocou guitarra ritmica. Paul fez os backing vocals e tocou baixo. George Harrison fez os backing vocals e tocou guitarra solo. Ringo tocou a bateria. 

Julian Lennon tocou-a em sua turnê em 1985. Evan Rachel Wood tocou-a no filme Across the universe, de 2007. House of Heroes gravou-a em 2009. Franz Ferdinand gravou tambem. The Quick gravaram em 1976. Richard Thompson em 2003 e Yellow Matter Custard em 2011. 

A letra:

It won't be long yeh, yeh, yeh
It won't be long yeh, yeh, yeh
It won't be long yeh, till I belong to you

Every night when everybody has fun
Here am I sitting all on my own

It won't be long yeh, yeh, yeh
It won't be long yeh, yeh, yeh
It won't be long yeh, till I belong to you

Since you left me, I'm so alone
Now you're coming, you're coming on home
I'll be good like I know I should
You're coming home, you're coming home

Every night the tears come down from my eyes
Every day I've done nothing but cry

It won't be long yeh, yeh, yeh
It won't be long yeh, yeh, yeh
It won't be long yeh, till I belong to you

Since you left me, I'm so alone
Now you're coming, you're coming on home
I'll be good like I know I should
You're coming home, you're coming home

So every day we'll be happy I know
Now I know that you won't leave me no more

It won't be long yeh, yeh, yeh
It won't be long yeh, yeh
It won't be long yeh, till I belong to you, woo

A versao original dos Beatles:


A versao de Evan Rachel Wood, do filme:


Franz Ferdinand:

domingo, 4 de maio de 2014

297 – Peter, Paul and Mary – Puff, the magic dragon (1963)




Escrita por Leonard Lipton e Peter Yarrow, foi gravada em 1962 por Peter, Paul and Mary e lançada em janeiro de 1963 pela Warner Bros/Wea num compacto simples que tinha Moving como Lado B. 

A letra de Puff the Magic Drago foram baseadas num poema de Leonard Lipton, de 1959. Lipton era entao um estudante da Cornell University, de 19 anos. Lipton por sua vez, foi inspirado por um poema intitulado Custard the Dragon, um dragao de estimacao. 

A letra fala de um Dragão chamado Puff e seu amigo Jackie Paper, um pequeno garotinho que cresce e perde interesse nas aventuras imaginárias de criança e deixa Puff de lado e deprimido. A história se passa numa terra chamada Honalee, uma cidade à beira do mar. 

Lipton era amigo de um cara que dividia o apartamento com Peter Yarrow quando todos estudavam na Cornell University. Lipton usou a maquina de escrever de Yarrow pra escrever esse poema. Ele entao esqueceu do poema até que anos depois um amigo em comum ligou pra ele e disse que Yarrow estava procurando por ele, para dar os créditos de uma canção. Peter Yarrow deu entao metade dos créditos pra Lipton e até hoje ele recebe os direitos autorais dessa canção. 

Em 1961, Peter Yaroow se juntou à Paul Stookey e Mary Travers e formaram o grupo Peter, Paul and Mary. O grupo começou a cantar Puff the Magic Drago nas suas apresentações ao vivo antes de gravá-la em 1962. A gravação deles de 1962 chegou ao número 2 dos charts pop americanos. Chegou tambem ao número 10 nos charts de Rhythm and Blues. 

No começo de 1964, a Newsweek lançou um artigo sugerindo que a canção tinha referencias veladas ao uso de Maconha. A palavra Paper no nome do garotinho foi dito pela publicação como sendo o Paper que enrolava a maconha e a palavra Dragon, foi interpretada como Dragging, como inalando fumaça. O nome Puff foi tido como dando uma “Puff” no cigarro.

Os autores recusaram essa ideia veementemente desde entao e continuam dizendo que a canção é sobre os problemas de ficar velho e da perda da inocencia das crianças.

Em 1978, fizeram um especial chamado Puff the Magic Dragon, que tem mais dois episodios Puff and The land of living lies e Puff and the incredible Mr. Nobody.   

Em 2007 um livro com foi escrito por Yarrow, Lipton e o ilustrador Eric Puyabaret. Nele, a historia tem um final mais feliz com uma menina, que todos pensam ser a filha de Jackie Paper. Ela procura Puff pra ser a nova companhia dela. 

Durante a guerra do Vietnam, a arma AC-47 foi apelidada de Puff the magic dragon, o que obviamente não agradou aos autores.  

Entre outras regravacoes em ingles, Marlene Dietrich gravou uma versao em alemao em 1963, e Nara Leao gravou uma versao em portugues, com letras em portugues feita por Renato Teixeira.  

A letra:

Puff the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called Honalee
Little Jackie Paper loved that rascal Puff
And brought him strings and sealing wax and other fancy stuff

Oh, Puff the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called Honalee
Puff the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called Honalee

Together they would travel on a boat with billowed sail
Jackie kept a lookout perched on Puff's gigantic tail
Noble kings and princes would bow whene'er they came
Pirate ships would lower their flags when Puff roared out his name

Oh, Puff the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called Honalee
Puff the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called Honalee

A dragon lives forever, but not so little boys
Painted wings and giant's rings make way for other toys
One gray night it happened, Jackie Paper came no more
And Puff, that mighty dragon, he ceased his fearless roar

His head was bent in sorrow, green scales fell like rain
Puff no longer went to play along the cherry lane
Without his lifelong friend, Puff could not be brave
So Puff, that mighty dragon, sadly slipped into his cave

Oh, Puff the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called Honalee
Puff the magic dragon lived by the sea
And frolicked in the autumn mist in a land called Honalee


A versao de Peter, Paul and Mary, ao vivo, em 1965:



A versao de Marlene Dietrich:



A versao de Nara Leao:


sábado, 3 de maio de 2014

296 – The Beatles – Not a second time (1963)


Escrita por John Lennon, embora creditada à Lennon/McCartney, foi gravada em 11 de setembro de 1963 e lançada em 22 de novembro de 1963, no album With The Beatles. John disse que estava tentando escerver uma canção noe stilo de Skomey Robinson. 
 
Na gravação John fez os vocais e tocou violão, Paul tocou baixo, Ringo bateria e George Martin tocou piano. Foi a primeira gravação dos Beatles em que George Harrison não participou. 

Os críticos disseeram que os vocais de John possuiam uma cadencia éolica. John disse muitos anos depois que não tinha a menor idéia sobre o que era isso. Que para ele isso soava como pássaros exóticos. Mas não verdade, Cadencia éolica é quando uma nota maior se resolve no acorde VI, que é o acorde tônico da nota menor relativa. O termo é derivado do fato que é modo éolico é enraizado no sexto passo de uma escala maior. 

O momento éolico ocorreu no fim da frase que começa em Lá menor “(Am) You hurt me then, you’re back again, No (Bm), no no (D7), not a second time (Em). Enquanto todos esperam que acorde D7, dominante de G, volte ao G, mas é substituído pelo acorde Em, dando suporte à uma nota E isolada, no tempo certo.

Outro momento interessante da canção é quando o piano tocado por George Martin não alterna entre G e Em, mas entre G e E, fazendo com que a presença do extra G# do piano (a terceira maior do acorde E) crie uma tensa aurea em comparação acorde natural G do acorde Em do violão. 

Foi regravada por R. Stevie Moore em 1978, por Robert Palmer em 1980, pelos Pretenders em 1990 e pelos Smithreens em 2007. 

A letra:

You know you made me cry,
I see no use in wondering why,
I cried for you.

And now, you've changed your mind,
I see no reason to change mine,
I cried, it's through, oh.
Oh, you're giving me the same old line,
I'm wondering why,
You hurt me then, you're back again,
No, no, no, not a second time.

You know you made me cry,
I see no use in wondering why,
I cried for you, yeah

And now, you've changed your mind,
I see no reason to change mine,
I cried, it's through, oh.

Oh, you're giving me the same old line,
I'm wondering why,
You hurt me then, you're back again,
No, no, no, not a second time.
Not a second time, not a second time, no no no, not a second time…

A versao original dos Beatles, de 1963:


A versao de Robert Palmer, de 1980:


A versao dos Pretenders, de 1990:

1952 – George Harrison – Soft touch (1979)

Escrita por George Harrison, foi gravada entre abril e outubro de 1978 e lançada no disco George Harrison, o oitavo disco dele, em 14 d...