segunda-feira, 31 de maio de 2010

32 – Elvis Presley – Don’t be cruel (1956)

A música número 32 dessa seleção foi escrita por Otis Blackwell e gravada por Elvis Presley em 1956. A música é a número 197 das 500 melhores músicas de todos os tempos da revista Rolling Stone.

Blackwell fez um acordo de dar 50% dos royalties e adicionar o nome de Elvis na música, somente pra que o cantor que era o sucesso do momento a gravasse. E assim foi feito.

A música foi gravada em New York City, nos estúdios da RCA, em 2 de Julho de 1956. Foi durante essa sessão que Elvis também gravou Hound Dog. Scotty Moore tocou guitarra, Elvis tocou violão, Bill Black no baixo e DJ Fontana na bateria. O backing vocal foi feito pelos Jordanaires.

Os créditos foram dados a Steve Sholes, mas na verdade quem produziu a música foi o próprio Elvis, que selecionou a música, retrabalhou o arranjo no piano e insistiu em 28 takes antes de ficar satisfeito com o resultado.

Em 13 de Julho, o compacto foi lançado, com Hound Dog no outro lado. Hound Dog chegou ao número 2 dos pop charts, com vendas acima de 1 milhão de cópias. Logo depois, Don’t be cruel passou Hound Dog e ficou sendo numero 1 nos 3 charts. No final de 1956, já havia vendido quatro milhões de cópias.

Elvis tocou Don’t be cruel em três apresentações no Ed Sullivan, entre Setembro de 1956 e Janeiro de 1957.

Don’t be cruel se tornou o maior número de vendas de Elvis em 1956, chegando a 6 milhões de cópias em 1961. Elvis tocou essa música nos seus shows ao vivo ate sua morte, em 1977. Ela era sempre acompanhada de Jailhouse Rock ou de Teddy Bear, a partir dos shows de 1969.

Covers famosos dessa música são: John Lennon, Jerry Lee Lewis e Neil Diamond.

A letra:

You know I can be found,
Sitting home all alone,
If you can't come around,
At least please telephone.
Don't be cruel to a heart that's true.

Baby, if I made you mad
For something I might have said,
Please, let’s forget the past,
The future looks bright ahead,
Don't be cruel to a heart that's true.
I don't want no other love,
Baby it's just you I'm thinking of.

Don't stop thinking of me,
Don't make me feel this way,
Come on over here and love me,
You know what I want you to say.
Don't be cruel to a heart that's true.
Why should we be apart?
I really love you baby, cross my heart.

Lets walk up to the preacher
And let us say I do,
Then you'll know you'll have me,
And I'll know that I'll have you,
Don't be cruel to a heart that's true.
I don't want no other love,
Baby it's just you I'm thinking of.

Don't be cruel to a heart that's true.
Don't be cruel to a heart that's true.
I don't want no other love,
Baby it's just you I'm thinking of.

Elvis cantando Don't be cruel em 1957:



Agora, Jerry Lee Lewis tocando-a em Toronto:



A versão de Ringo Starr, somente o audio:



domingo, 30 de maio de 2010

31 – Carl Perkins - Honey don’t (1956)

A música 31 dessa seleção foi outro produto da Sun Records e do produtor lendário Sam Phillips. Escrita por Carl Perkins, ela foi o lado B do compacto simples que trouxe o hit Blue Suede Shoes no lado A. Saiu logo no inicio de 1956 e se transformou num clássico do rockabilly. Honey Don’t foi gravada por muitos artistas, entre eles os Beatles, cantada por Ringo Starr no disco Beatles for Sale, de 1964 e cantada por John Lennon, no disco Live at BBC, alguns meses antes.

Ringo também cantou a música no show tributo à George Harrison, dizendo antes de toca-la que iria cantar essa música devido ao fato de George e dele gostarem muito de Carl Perkins e deles dois gostarem muito de Honey Don’t.

Carl Perkins trouxe a música pros ensaios de sua banda e Jay Perkins, seu irmão, que tocava violão e fazia backing vocal, reclamou dizendo que pra ele, a música continha escolhas velhas de acordes, indo pra um C7 depois de um E vindo de uma natural progressão de blues de A. Jay se recusou a tocar no inicio, mas Carl o convenceu dizendo se tratar de algo diferente, especial e hoje, a progressão de acordes é um dos aspectos mais interessantes dessa música.

Alem dos Beatles, Johnny Rivers gravou-a também. Raul Seixas fez uma versão da música e não deu os créditos à Perkins. A canção se chama o Rock do Diabo e estava no seu disco Novo Aeon, de 1975.

A letra:

Well how can you say you will when you won't,
Say you do, baby, when you don't?
Let me know, honey, how you feel
Tell the truth how is love real.

But oh well honey don't, well honey don't,
Honey don't, honey don't, honey don't
I say you will when you won't, oh honey, don't.

Well I love you, baby, and you ought to know
I like the way you wear your clothes,
If it's in a batch you were so doggone sweet,
You got that sand all over your feet.

Well sometimes I love you on a Saturday night,
Sunday morning you don't look right.
You've been out painting the town,
Uh baby, been stepping around.

Carl Perkins tocando Honey Don't em 1989:



A versão dos Beatles de 1964, com Ringo no vocal (somente o áudio):



Agora Ringo cantando com Carl Perkins e tocando bateria:



Pra curiosidade, Raul Seixas e sua versao de Honey don't, o rock do diabo:



segunda-feira, 17 de maio de 2010

30 – Little Richard – Long Tall Sally (1956)

Por coincidência, a música número 10 dessa seleção foi um blues tradicional de Chicago. A música número 20 foi um country cantando por Elvis e agora a música numera 30 é um exemplo do mais puro rock and roll. Little Richard canta o clássico Long tall Sally, no estilo 12-bar blues, escrita por ele, por Robert Blackwell e Enotris Johnson e lançada em Março de 1956 pela Specialty Records.

Ela foi lado A justamente do compacto que tinha Slippin and Sliddin no lado B, que vem a ser música numero 25 desse seleção aqui. As duas canções foram relançadas em 1957, no álbum de Little Richard lançando também pela Specialty chamado “Here’s Little Richard”.

Long Tall Sally chegou ao número 1 dos charts de rhythm and blues e no número 6 nos charts de música popular. Ela é a música número 56 da lista da Rolling Stone magazine das 500 melhores músicas de todos os tempos. Se tornou um clássico, regravada por muitos artistas.

Como Little Richard havia feito Tutti-Frutti e ela havia se tornado um hit, um dos grandes astros brancos da época, Pat Boone regravou-a e fez mais sucesso do que Richard, devido ao veto aos negros nas rádios de brancos e também nas vendas de discos. Com medo disso acontecer, mesmo que Pat Boone tenha feito Richard rico, como ele mesmo costuma dizer, Richard queria gravar uma música tão rápida que Pat Boone não seria capaz de imitar. Mesmo assim Boone fez a sua própria gravação da música no mesmo ano de 1956. Assim como Elvis Presley, também em 1956.

Blackwell, um dos co-autores da música foi apresentado a uma garota chamada Enotris Johnson por um disc-jockey famoso na época, que por sua vez, escreveu a música pra Little Richard gravar, pra ela poder pagar o tratamento de uma tia doente. A parte que ela escreveu dizia assim: “Saw Uncle John with Long Tall Sally/They saw Aunt Mary coming/So they ducked back in the Alley”.

Sem querer fazer raiva ao disc jockey, Blackwell aceitou a oferta e levou a idéia pra Little Richard, que não queria no começo. Mas apesar disso, a frase “ducked back in the alley” era exatamente o que eles estavam procurando e Richard ficou praticando até cantar o mais rápido possível. Trabalharam na música, adicionaram versos e refrão, até chegarem no hit que eles queriam.

A gravação foi feita em Fevereiro de 1956, em New Orleans, no J&M Studio, o estúdio de gravação de propriedade do lendário Cosimo Matassa, na esquina das ruas Rampart e Dumaine, onde Fats Domino e outros grandes de New Orleans gravaram seus sucessos.

Tutti-frutti também foi gravada ali. Blackwell foi o produtor e tiveram o grande Earl Palmer na bateria, alem de Edgard Blanchard na guitarra, Frank Field no baixo, Lee Allen no sax tenor, Alvin “Red” Tyler no sax barítono e o próprio Little Richard no piano e voz.

Alem de Pat Boone e Elvis Presley, The Kinks, Jerry Lee Lewis, os Beatles, Scorpions, entre outros, também tiveram a sua própria regravação deste sucesso.

A letra:

I'm gonna tell Aunt Mary 'bout Uncle John
he said he had the misery but he got a lot of fun
Baby, yeah now baby Woo baby, some fun tonight I saw Uncle John with Long Tall Sally
he saw Aunt Mary comin' and
he ducked back in the alley

Oh, baby, yeah now baby
Woo baby, some fun tonight

Well Long Tall Sally's built pretty sweet

She got everything that Uncle John need
Baby, yeah now baby Woo baby, some fun tonight Well, we're gonna have some fun tonight have some fun tonight Everything's all right have some fun tonight have some fun yeah, yeah, yeah, We're gonna have some fun tonight have some fun tonight Everything's all right have some fun tonight Yeah, we'll have some fun some fun tonight

Segue Little Richard em 1956:



Agora os Beatles em 1964:



Paul McCartney, em 1986:

domingo, 9 de maio de 2010

29 – Johnny Cash - I walk the line (1956)

I walk the line é uma música composta por Johnny Cash e gravada em 1956. Cash teve seu primeiro hit número 1 das paradas com essa música. A música é bem simples, como a maioria das músicas de Cash e a letra conta uma história.

É usado o ritmo “boom-chicka-boom”, ou como também é conhecido, ritmo de “trem de carga", que é bastante comum nas músicas de Cash. Na gravação original, tem uma mudança de nota entre cada um dos cinco versos e Cash faz o som de “hummm” pra compor a nova nota chave antes de cantar cada verso.

O verso final, que é uma reprise do primeiro verso, é cantado com uma oitava cheia menor do que no primeiro verso. De acordo com Cash, ele amava o som de um tamborzinho, mas como tamborzinhos não eram utilizados na country music daquela época, ele colocou um pedaço de papel nas cordas do violão e criou o seu próprio som de tamborzinho. Nos shows, ele colocava o pedaço de papel nas cordas, contava a história e tocava assim. A galera ia ao delírio.

A progressão de acordes única dessa música foi inspirada em uma vez que por acaso, Cash tocou uma fita de trás pra frente, enquanto ainda estava na Força Aérea. Algum tempo depois, ele escreveu a letra nos camarins de um show no Texas, em 1955, depois de uma discussão com o amigo Carl Perkins, que deu corda pra Johnny Cash usar o titulo “I Walk the line” nessa música.

A intenção de Cash inicialmente era usar a música como uma balada lenta, mas o grande e legendário produtor Sam Phillips aconselhou-o a usar um arranjo mais rápido. Cash gostou da sugestão e ainda mais quando essa versão sugerida por Phillips começou a fazer bastante sucesso.

Uma vez quando tocava essa música num show de TV, Cash disse pra plateia, com um sorriso, que ele fazia o “hummmmmmm” entra o verso e outro, pra dar tempo dele se localizar entre as notas diferentes. Então ele estava cantando numa determinada nota e tinha que mudar. Ai ele fazia o “hummmmmm” e mudava de nota.

A gravação original foi feita nos Sun Studios em 2 de Abril de 1956 e foi lançada em primeiro de Maio. E foi pro topo de quase todos os charts. A canção foi regravada 4 vezes por Johnny Cash. Em 1964 pro album “I walk the line”. Em 1969 pro album “At San Quentin”. Em 1970 pra trilha Sonora do filme “I Walk the Line”, com Gregory Peck e em 1988, pro álbum “Classic Cash: Hall of fame series”.

Ela é a música de número 30, da lista das 500 melhores canções de todos os tempos da revista Rolling Stone. The Band gravou-a ao vivo pro especial Good Rockin tonight: the legacy of Sun Records, em 2001.

Em 2005, um filme foi feito sobre a vida de Johnny Cash chamado I walk the line, estrelando Joaquim Phoenix, no papel de Johnny Cash e Reese Witherspoon no papel de June Carter. O filme foi dirigido por James Mangold.

A letra:

I keep a close watch on this heart of mine
I keep my eyes wide open all the time
I keep the ends out for the tie that binds
Because you're mine, I walk the line

I find it very, very easy to be true
I find myself alone when each day is through
Yes, I'll admit that I'm a fool for you
Because you're mine, I walk the line

As sure as night is dark and day is light
I keep you on my mind both day and night
And happiness I've known proves that it's right
Because you're mine, I walk the line

You've got a way to keep me on your side
You give me cause for love that I can't hide
For you I know I'd even try to turn the tide
Because you're mine, I walk the line

I keep a close watch on this heart of mine
I keep my eyes wide open all the time
I keep the ends out for the tie that binds
Because you're mine, I walk the line

Segue Johnny Cash em meados dos anos 1950 tocando ao vivo “I walk the line”:



Johnny Cash em 1982:



Agora Johnny Cash ao vivo em Montreaux, muitos anos depois e com o papelzinho nas cordas do violão:

domingo, 2 de maio de 2010

28 – Chuck Berry - Roll over Beethoven (1956)

Essa música de número 28 dessa seleção foi originalmente lançada em um compacto simples pela gravadora Chess em 1956, tendo “Drifting Heart” no lado B. A letra da música fala do desejo de o rock and roll e o blues substituírem a música clássica. Ela foi eleita a número 97 da seleção da Rolling Stone das melhores 500 músicas de todos os tempos.

Chuck Berry escreveu a música em resposta à irmã dele, que sempre usava o piano da família pra tocar música clássica, todas as vezes que Berry queria que fosse tocada música contemporânea e popular.

Alem dos compositores clássicos Beethoven e Tchaikovski, a letra menciona ou faz alusão a muitos outros artistas populares. Quando ele diz “Early in the morning”, ele está se referindo ao nome de uma musica de Louis Jordan, assim como menciona “Blue Suede Shoes”, a música numero 26 dessa seleção. O mesmo ocorre com “Hey diddle, diddle”, que vem da canção infantil “The cat and the fiddle” e é uma referencia indireta a Bo Diddley, que assim como Chuck Berry, também era um artista da Chess Records, e que também tocava violino muito bem.

Apesar da letra dizer as palavras “rocking and rolling”, a música que é suposta substituir os clássicos é referida como “rhythm and blues”. Essa música foi considerada um marco de uma nova era da música popular americana. É uma obra-prima que ajudou a definir o rock and roll.

É uma das músicas que mais tiveram versões cover na música popular. Entre eles estão Jerry Lee Lewis, Beatles, Leon Russel, Rolling Stones, Byrds, Gene Vincent e Iron maiden. Até Raul Seixas já gravou uma versão dela.

Os Beatles já tocavam a música mesmo antes de serem beatles. E continuaram tocando até sua tour nos Estados Unidos, em 1964. A versão de estúdio que eles gravaram foi gravada em 30 de Julho de 1963 e inclusa no seu segundo LP, “With the Beatles”. Quem canta é George Harrison, que também toca guitarra solo. Foi lançada em Novembro do mesmo ano.

Em 1994, os Beatles lançaram a versão ao vivo no disco “Live at the BBC”. Esta versão ao vivo foi gravada em 28 de Fevereiro de 1964 e foi ao ar em 30 de Março de 1964, como parte da série que tinha os Beatles como estrela, chamado “From us to you”. O diretor de Superman III, Richard Lester, que dirigiu os filmes Help e A Hard day’s night, dos Beatles, incluiu Roll Over Beethoven, com os Beatles, no filme Superman III.

Segue a letra:

I'm gonna write a little letter,
Gonna mail it to my local DJ.
Yeah an' it's a jumpin' little record
I want my jockey to play.
Roll Over Beethoven, I gotta hear it again today.

You know, my temperature's risin'
The jukebox's blowin' a fuse.
My heart's beatin' rhythm
And my soul keeps a-singin' the blues.
Roll Over Beethoven and tell Tschaikowsky the news.

I got the rockin' pneumonia,
I need a shot of rhythm and blues.
I caught the rollin' arthiritis
Sittin' down at a rhythm review.
Roll Over Beethoven they're rockin' in two by two.

Well, if you feelin' like it
Go get your lover, then reel and rock it.
Roll it over and move on up just
A trifle further and reel and rock with it,
Roll it over,
Roll Over Beethoven, dig these rhythm and blues.

Well, early in the mornin' I'm a-givin' you a warnin'
Don't you step on my blue suede shoes.
Hey diddle diddle, I am playin' my fiddle,
Ain't got nothin' to lose.
Roll Over Beethoven and tell Tschaikowsky the news.

You know she wiggles like a glow worm,
Dance like a spinnin' top.
She got a crazy partner,
Ya oughta see 'em reel and rock.
Long as she got a dime the music wont never stop.

Roll Over Beethoven,
Roll Over Beethoven,
Roll Over Beethoven,
Roll Over Beethoven,
Roll Over Beethoven, dig these rhythm and blues.

Segue Chuck Berry, tocando Roll Over Beethoven, nos anos 50:



Segue os Beatles, nos anos 60, numa versão mais curta:



Jerry Lee Lewis, na Grécia, em 1990:



2047 – ABBA – The winner takes it all (1980)

Escrita por Benny Andersson e Bjorn Ulvaeus, foi gravada em 1980 e lançada em 21 de julho de 1980, no compacto que tinha Elaine como La...